Medicina Veterinária discute mudanças curriculares para a formação
Em seminário que acontece em Brasília, a confluência entre a saúde animal, humana e ambiental é um dos novos conceitos de atuação profissional a serem discutidos e incorporados às diretrizes curriculares dos cursos de graduação em Medicina Veterinária
Discutir as tendências atuais relativas ao ensino nos cursos de graduação de Medicina Veterinária e propor a atualização das Diretrizes Curriculares é o principal objetivo do XXI Seminário Nacional de Educação de Medicina Veterinária, que acontece entre 3 e 5 de novembro, em Brasília. Realizado pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), o evento é o único fórum brasileiro que reúne acadêmicos e profissionais num debate direcionado a consolidar proposições a serem apresentadas ao Conselho Nacional de Educação (CNE), ligado ao Ministério da Educação. As inscrições podem ser feitas exclusivamente por meio do portal do CFMV até o dia 29 de outubro.
No encontro, as discussões vão girar em torno das atuais Diretrizes Curriculares, instituídas pelo CNE em 2003. “Ao longo desses 11 anos, surgiram novas áreas de atuação da Medicina Veterinária, presentes nos debates em salas de aula, mas que não estão mencionadas diretamente nas diretrizes curriculares”, explica o presidente da Comissão Nacional da Educação em Medicina Veterinária, do CFMV, dr Rafael Mondadori. Uma delas é relacionada ao bem-estar animal, tema amplamente discutido em um congresso promovido neste ano pelo CFMV, na capital do Paraná, que resultou na Declaração de Curitiba. Trata-se de um manifesto assinado por um grupo de cientistas, que declarou que os animais não humanos não são objetos, mas seres sencientes, capazes de sentir dor e prazer e, por isso, não podem ser tratados como coisas.
O conceito de “saúde única” também não está previsto nas diretrizes curriculares vigentes e é um tema a ser debatido no seminário. Trata-se de uma nova atribuição do médico veterinário, com abordagem que incentiva a atuação conjunta de várias disciplinas para prevenir problemas contemporâneos de saúde, criados pela convergência humana, animal e ambiental. “É um estreitamento de laços entre a medicina humana e a veterinária. O médico veterinário é o profissional de natural articulação central nesse processo, por possuir em sua formação profissional tanto a saúde animal, quanto a saúde pública e a saúde ambiental”, explica o médico veterinário Rafael Mondadori.
As propostas originadas no Seminário deste ano serão enviadas ao CNE.
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